sexta-feira, 15 de junho de 2012

O Parreão II.

Para variar um pouco, e após já termos falado de alguns bons exemplos de praças (aqui e aqui), hoje vamos ver uma sem nome oficial, mas muito conhecida pela comunidade ao seu redor. Na verdade, essa praça constitui o Parque Parreão II, de acordo com a Prefeitura de Fortaleza. Quem conhece o Parreão I sabe que as diferenças entre os dois são gritantes, mas isso pode ser assunto para um próximo post.



Por ora, cabe destacar o que diferencia esse local: a apropriação pela comunidade. Os moradores do entorno constituíram uma associação, a ASCOPA, que tem a missão de zelar pelo parque. De fato, dá pra observar que praticamente todas as melhoras e conservação que não seja o capinamento advém do esforço da ASCOPA.
caminhantes.
O parque é bem arborizado.
Outro aspecto interessante é que além dos moradores, instituições do entorno também abraçam o parque, como por exemplo um colégio da região, que instalou lixeiras com sua logomarca no local. Simples, simpático, efetivo e de baixo custo.


Lixeiras colocadas por um colégio da região.
residência e serviços compõem o entorno.

A praça se localiza no bairro Parreão, próxima ao Bairro de Fátima e Vila União, mas é frequentada por pessoas de toda a região, como Montese e Jardim América. Vale ressaltar que o local tem um bom fluxo de pessoas, ficando próximo do Hospital Albert Sabin, uma concessionária de veículos e pequenos comércios. A rua em frente é servida por ônibus.

É uma área verde importante da região, tendo árvores bem cuidadas e grama baixa. Além de caminhada, as pessoas tem como opções uma quadra de futebol e uma de vôlei, além de alguns poucos equipamentos pra alongamento e ginástica. Aparentemente, todos instalados pela associação.

Equipamentos do local: quadra de volei à direita.
Há um campinho no local, concorrido no fim de tarde.

local é muito procurado no fim do dia.
corredores, caminhantes e senhoras com crianças se misturam.
As trilhas pra caminhada não são em pedra portuguesa.

Claro que uma associação de moradores não pode fazer tudo, e ai começam as dificuldades. O calçamento onde as pessoas procuram correr e caminhar diariamente não é o ideal, mas só o fato de não ser em pedra portuguesa já é uma conquista da comunidade. O trabalho de limpeza do riacho Parreão, poluído e sofrendo com ligações clandestinas de esgoto, e a ausência de equipamentos padronizados da Prefeitura, como a academia comunitária, demonstram que o poder público está olhando por este parque menos do que a população desejaria.


Equipamentos de ginástica são utilizados, mas escassos.
O riacho Parreão

Campo e alambrado merecem uma reforma.


O riacho atravessa toda a área.

mato crescido e certo acúmulo de lixo, além do mau cheiro.
calçamento se deteriorando.

De toda forma, vemos que quando as pessoas decidem usar o espaço público, essa decisão se torna irreversível, cabendo ao poder público detectar as demandas e atuar no que for de sua competência. No caso desta praça, se deve ressaltar, além da organização dos frequentadores, a participação de empresas atuantes na área. Ambas as atitudes reforçam o sentimento de pertencimento entre um patrimônio público e sua comunidade, além de renderem um bom exemplo para outras regiões da cidade.



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