quinta-feira, 28 de junho de 2012

Dragão do Mar - Arte e Cultura.

Ultimamente, muito se tem debatido a respeito do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Por conta disso, este foi um post difícil de construir, pela diversidade e importância dos assuntos que (ainda bem!) vem sendo discutidos na mídia e pelas pessoas.




O Centro, criado em 1999 com a finalidade de renovar a região e incrementar o turismo, logo se tornou um dos carros-chefe da cultura de Fortaleza, com diversas atividades em várias áreas, numa proposta inédita por aqui.

Espelhos dágua e grandes colunas compõem a estética do Dragão.

Varandas do Fausto Nilo.

Colunas são elementos constantes na arquitetura do Dragão.

No entanto, apesar da inovação, e tendo em vista a inauguração de novos espaços de cultura e as diversas tentativas de revitalização do bairro em andamento, sentimos a necessidade de observar algumas coisas que  são sempre apontadas pelas mais diversas pessoas, buscando contribuir com a discussão. Uma dessas coisas é a necessidade de integração com o entorno, falha no Centro Dragão do Mar. Nem é preciso um olhar mais técnico pra perceber que seus prédios destoam em meio aos edifícios históricos, causando um certo sufocamento desses últimos, pela relação desproporcional. Pior que isso, o Centro inteiro não dialoga com os outros edifícios do seu entorno, não tendo ligações efetivas com nenhum deles.

Edifícios históricos dividem o espaço com o Centro Cultural.

Vemos isso logo em todos os espaços que circundam o Dragão, desde a Praça do Cristo Redentor (esvaziada de qualquer função e com o monumento que lhe dá nome em situação lastimável), passando pela Biblioteca Pública,  Senac Iracema, que fica literalmente nos fundos do Dragão, a recentemente inaugurada Caixa Cultural e mesmo as paradas de ônibus, que não atendem o Centro de forma ideal, tanto em distância das entradas quanto em quantidade.


Senac, que fica na Rua Boris.

Caixa Cultural, ao longe.

Essas observações demonstram a ausência de integração nos projetos não só de Prefeitura e Governo, mas até mesmo entre gestões diferentes de um mesmo governo. Sobre esse tema lemos e indicamos este artigo do Prof. Ricardo Paiva, bastante esclarecedor.

Infelizmente, ano após ano temos observado claramente o esvaziamento das atividades e do próprio local, que vem sendo abandonado por seus antigos frequentadores, e já não cativa os turistas como no princípio. Fato que chamou a atenção e trouxe o Dragão de volta às discussões recentemente foi o anúncio de que o Unibanco deixaria de patrocinar as salas de cinema. Após um período de incertezas, as salas só se mantiveram abertas por iniciativa do empresário João Soares Neto, provisoriamente. Antes disso, tivemos a saída da livraria, e outros espaços, como o ateliê das artes, por exemplo, que já não apresentam o mesmo vigor nas atividades.

Espaço da livraria continua vazio.
Espaço onde ficam os cinemas e Teatro.

Famílias frequentam o centro cultural.

Café segue firme e forte.

Frequentadores do Centro Cultural.

O resultado vem sendo o afastamento de muitos frequentadores antes habituais, gerando um esvaziamento tanto físico como de programação, que se mantém isolada da dos demais centros de cultura ao redor. Esses movimentos, que têm gerado algumas discussões sobre (a falta de) políticas para o local e seu abandono tem gerado alguns frutos, mas ainda longe do ideal. A administração provisória dos cinemas numa ótima iniciativa reservou uma parcela de sua programação para os chamados blockbusters, buscando atrair novo público, e pequenas melhorias pontuais, como a volta da grama da praça verde e cuidados de jardinagem podem ser vistos.

Praça Verde.
Os jardins estão mais bem cuidados que há meses atrás.

Passarela, área verde, catedral de Fortaleza ao fundo e Planetário.

No mais, a situação do entorno é preocupante, em especial quanto ao estacionamento. Nesse sentido, nossa amiga Paula apontou recentemente, lá no Morar em Fortaleza, tanto a aparência  de abandono vista por uma antiga frequentadora habitual, quanto a séria dificuldade que pode ser ir de carro ao Dragão do Mar. Em dia de grandes eventos, estacionamentos e flanelinhas lucram estacionando até sobre calçadas, visto que o estacionamento projetado é subdimensionado pra essas ocasiões. Já nos dias normais, encontramos uma "vigilância de veículos" bastante ostensiva, como vemos na foto.

Vigilante de veículos: R$ 3,00.

Tomara que os debates sobre seus problemas façam o Dragão despertar de vez e ocupar sua posição de polo central de cultura e lazer em Fortaleza e no estado. Mesmo combalido, apresenta imagens lindas. 

Feirinha noturna e diária, bancos e quadra esportiva na Praça Almirante Saldanha.
Patativa e o Dragão do Mar.

Como o assunto Centro Dragão do Mar é muito amplo e interessante, vamos voltar a ele em breve, tratando da acessibilidade no local. Até lá!

Passarela vermelha. 
Deixamos vocês com nosso amigo poeta Mário Gomes.

Nosso poeta, amigo e bobo Mário Gomes.

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